Limite, atenção, ensinamentos de valores e muita paciência. São esses os conselhos da psicóloga Frinéa Souza Brandão, coordenadora da Neurofocus Psicoterapias, do Rio de Janeiro, para os pais que lidam com filhos que têm TDA, ou transtorno de déficit de atenção.
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O TDA é um transtorno comportamental que pode estar ligado a um determinado distúrbio mental, como a uma ansiedade, ou a um tipo de comportamento. Seu principal sintoma é a dificuldade em manter o foco da atenção. Mas, como qualquer transtorno, o TDA só se caracteriza por reunir um conjunto de sintomas que acabam gerando uma forma de funcionamento mental ou comportamental doentios.
Entre esses sintomas estão também a inquietude constante, grande dificuldade em esperar outras pessoas terminarem o que estão fazendo, atração constante por estímulo e, quando não existem estímulos agudos externos, criam facilmente estímulos internos, que passam rapidamente, se deslocando para outros e assim sucessivamente. Há também dificuldade constante de esperar sua vez de falar e agir, e dificuldades com relação a horários, que frequentemente não cumprem. “São formas de sofrimento mentais continuados, persistentes, recorrentes que se transformam numa deterioração do funcionamento mental e/ou comportamental”, afirma.
A psicóloga ressalta que sintomas isolados não devem ser considerados. Somente quando houver um conjunto de sintomas persistentes. “Existe uma diferença clara entre uma enxaqueca, que seja incurável e de causa desconhecida, do TDA, por exemplo. A enxaqueca, em que também estão incluídos vários fatores, tanto de diagnóstico, como de prognóstico, é claramente definida através de um exame clínico e apresenta-se sempre da mesma forma. Já o TDA ou TDAH não. É um conjunto de sintomas persistentes, que formam um tipo diferente de comportamento”, explica.
Pesquisas recentes comprovam que o TDA pode aparecer a partir dos 3 anos de idade. Porém, pode acontecer de pessoas nas quais o déficit de atenção e a hiperatividade são leves e que, por alguma circunstância especial, só é percebido mais tarde, quando adultos. É comum, também, que os pais confundam crianças distraídas ou desatentas com sintomas do TDAH. Por isso, se houver alguma suspeita, deve ser procurado um psicólogo clínico ou psiquiatra, que irá dar um diagnóstico preciso através de exame clínico (anamnese) e/ou testes neuropsicológicos.
O tratamento é medicamentoso e psicoterápico. “No início, os dois são alinhados. Posteriormente, à medida que a criança e os pais aprendem a lidar com os sintomas, os sintomas diminuem, principalmente a impulsividade, e o tratamento psicoterápico torna-se necessário em momentos críticos e difíceis, momentos de ‘. A criança precisa ter esse tipo de ajuda profissional, além do apoio e compreensão da família. Mas é importante observar o aumento e/ou a frequência que os sintomas aparecem”, orienta.
Se não tratado, o TDA pode causar várias dificuldades na vida de um modo geral, principalmente em relação ao que exige concentração e socialização.
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